quarta-feira, 28 de abril de 2010

3ª Coxilha Nativista - 1983

Pesquisa e Reportagens: Rômulo Seitenfus
Fotos: Acervo Coxilha Nativista



O brilhantismo da primeira noite foi das melhores, como estava sendo esperado. A solenidade oficial de abertura contou com a presença do prefeito Dr. José Westphalen Corrêa e do Secretário de Turismo Luis Cortes Véscia, além da participação especial do tradicionalista Jaime Caetano Braum, que declamou homenageando os organizadores e a cidade de Cruz Alta. O protocolo seguiu com a apresentação de mais 12 músicas.
No Ginásio Municipal, a decoração impressionou o público. Assinada pelo artesão e artista plástico Roberto Zago, foi considerada uma das mais belas da história da Coxilha. A partir dessa edição, os decoradores passaram a carregar visualmente o palco. Com mais de dois metros de altura, uma réplica de galpão, árvores, folhagens, um poço artesiano, aramados e uma cascata viva.
Os troféus foram confeccionados em madeira pelos artistas plásticos Von Stein e Luis Rubin.
Realizada de 21 a 24 de Julho de 1983, a primeira noite de Coxilha foi movimentada. Elementos aproveitaram-se da segurança concentrada nos locais do evento, agindo impiedosamente no centro da cidade. Foram depenados vários automóveis, sendo roubados aparelhos de som, acessórios, equipamentos e documentos. As declarações começaram a chegar, ainda na noite de quinta-feira, primeira do evento. Um carro foi levado do local pelos assaltantes.
Paralelamente à realização da III Coxilha foram realizadas exposições de artigos nativistas, artesanato e artes plásticas. Esportes como o Jogo do Osso e o Futebol de bombacha cumpriram a tradição. A Secretaria de Turismo lançou o Concurso de Vitrines e a Loja Grazziotin foi a vencedora.
No ginásio, a superlotação congestionou os ambientes. A imprensa não teve muito espaço para trabalhar. As rádios tiveram as aparelhagens nas mesas disponíveis, comprimindo-se umas com as outras. Os repórteres tiveram dificuldades para movimentarem-se, diferente dos dois anos anteriores, tendo passagem livre entre os jurados, o público e a frente do palco.
A Comissão Julgadora foi integrada pelo poeta Aparício Silva Rillo, músico Delvio Oviedo, de Porto Alegre, Paulo Heitor Fernandes, de Porto Alegre, Milton Monte, de Santa Maria, Artidor Roque, de Passo Fundo, Angelino Alves, de Cruz Alta, Sônia Abreu, de Júlio de Castilhos, Emerson Vieira da Rosa, de Cruz Alta e José Gonzaga Lewis Bicca, de Santa Maria.
Na primeira noite, fase local e 1ª Eliminatória das músicas, foi apresentado um show de intervalo com Luiz Carlos Borges e Ribamar Machado. Na segunda noite, fase regional, o show de intervalo foi de Victor Hugo, Elton Saldanha, Borghetinho e Chicão. Chegada ao final da terceira noite de evento e finalíssima, o povo contestou a qualidade das músicas concorrentes em relação aos dois anos anteriores, embora a maioria dos visitantes tenha dado nota oito para a organização do evento, superior ao demais festivais nativistas.
O júri escolheu a música João da Madrugada. A premiação foi recebida pelo autor e intérprete Paulo Silva.
Dois dias após o encerramento do festival, o prefeito José Westphalen Corrêa e o secretário de Turismo, Luiz Cortes Vescia, denunciaram oficialmente à polícia, a falsificação de diversos ingressos da III Coxilha Nativista. Aproximadamente 150 cópias foram entregues na entrada do evento. Duas pessoas foram detidas e alegaram terem comprados de terceiros.
Os jornais da capital deram ênfase, referindo-se ao evento como o maior festival estadual em número de público e participação popular.

Vencedoras da 3ª Coxilha Nativista – 1983

1º Lugar: JOÃO DA MADRUGADA, de Paulo Silva, com Neto Fagundes e Chico Barcellos – Troféu O CARRETEIRO
2º Lugar: O BOCO, de Nilo Bairros de Brum, com Eraci Rocha, Lúcio Yanel, Talo Pereyra e Antão Barros – Troféu BENTO GONÇALVES
3º Lugar: EVOCAÇÃO, de Jorge Nicola Prado e Beto Barcellos, com Beto Barcellos e Grupo Canto Nativo – Troféu PEPE
4º Lugar: AMIGOS, de Nenito Sarturi e Milton Magalhães, com Nenito Sarturi , Adilson Moura e Grupo Canto Piá – Troféu CHIMARRÃO
5º Lugar – TIA CORRUCHA, de Antônio Carlos Machado e Luiz Bastos, com Oristela Alves e Grupo Mundaréu – Troféu TROPEIRO

Premiação Especial

Melhor Intérprete – Troféu CAPITÃO RODRIGO – Neto Fagundes
Melhor Vocal – Troféu ANA TERRA – Grupo Vocal Irapuru
Melhor Instrumental – Troféu PEDRO MISSIONEIRO – Grupo Canto Nativo
Melhor Pesquisa – Troféu GRAZZITO – Grupo Gente da Terra
Música Mais Popular – Troféu “LENDA DA PANELINHA” – BUGIU QUERENDÃO de João Jarbas do Nascimento e Angelino Rogério com José Anversa e Gruo Gente da Terra.


A Grande Vencedora:

João da Madrugada – Euclides Fagundes Neto e Chicão Barcellos
(Paulo Silva)

Levava
No peito um sonho
No canto
Um grito de paz

Nas mãos
Levava poesias
Pro tempo então germinar

Enrolado no seu poncho
Varava a noite campeira
Fazendo versos solito
Pra sua estrela parceira

Se é forte o vendo da vida
Se esconde numa pajeada
E quando o sol se despenca pra vida
Poeta faz chimarreada

Por isso o mundo fez
Pra João a madrugada

João se vai, se vai
João se vem, se vem
Solito na madruga
Cantando sem ter ninguém
E o tempo vai geando
A aba do seu chapéu
E o João da Madrugada
Vira a estrela lá no céu
E o João da Madrugada
Vira a estrela lá no céu

João se vai, se vai
João se vem, se vem
Solito na madruga
Cantando sem ter ninguém
Se a noite cai uma estrela
Triscando o céu em pajeada
É o João que está voltando
Pra cantar na madrugada
É o João que está voltando
Pra cantar na madrugada


O Disco


LADO A

João da Madrugada – Euclides Fagundes Neto e Chicão Barcellos
(Paulo Silva)

A Carreta – Grupo Canto Nativo
(Serrano – Doró)

Água Abaixo – Renato Serafim Jr. e Grupo Vocal Irapuá
(Lauro Machado Neto – Luiz Bastos)

Amigos – Nenito, Adilson Moura e Grupo Canto Piá
(Nenito – Milton Magalhães)

Milonga – Elton Saldanha e Euclides Fagundes Neto
Participação Especial: Sérgio Rojas
(Elton Saldanha)

Monjolo – Miguel Marques, João Almeida Neto e Grupo Vocal Irapuá
(Manuel Vargas Loureiro – Miguel Marques)

LADO B

O Bocó – Eraci Rocha, Lucio Yanel, Talo Pereira e Antão Barros
(Nilo Brum)

Bugiu Querendão – José Antonio e Grupo Nativo Gente da Terra
(João Jarbas do Nascimento – Angelino Rogério)

Tia Corrucha – Oristela Alves e Grupo Mundaréu
(Antonio Carlos Machado – Luiz Bastos)

Martim Pescador – Wilson Paim e Grupo Os Jarus
Participação Especial: Valdir Santos
(Adroaldo Mendes – José Vergílio de Almeida Leães)

Evocação – Beto Barcellos e Grupo Canto Nativo
(Cigano e Luiz Roberto de Oliveira Barcellos)

Peão Veríssimo – Néri Freitas e Grupo Vocal Irapuá
(Pirilampo – Neri Freitas)

4 comentários:

  1. Tive a honra de ter visto o Neto Fagundes levar o primeiro lugar com o João da Madrugada, no palco da Coxilha Nativista de Cruz Alta. Assim como vi vários intérpretes da música gaúcha, tais como Eracy Rocha, Cesar Passarinho, e outros tantos.
    A capa do disco, nada mais é do que o "Entrevero" de músicos que fez o show de intervalo na noite de domingo, o Ginásio José Westphalen Correa, estava lotado.
    Grande Espetáculo!

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  2. sou uma goiana com o coraçao gaucho por ter a oportunidade d ter amado um coraçao gaucho de santa rosa, este q jamais posso esquecer, ja participei de varios shows gauchos ,tive o prazer de conhecer pessolmente e o mesmo deu-me o seu autografo.JAIME CAETANO BRAUM( c meus 19aninhos) conhecir tb tulio piva um grande sambista do sul...por isso curto ate hoje este rincao querido..porquer quem ama nunca esquece, hoje gostaria muito d ter a oportunidade de conhecer este palco da coxilha..p meu total prazer........

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  3. sou uma goiana com o coraçao gaucho por ter a oportunidade d ter amado um coraçao gaucho de santa rosa, este q jamais posso esquecer, ja participei de varios shows gauchos ,tive o prazer de conhecer pessolmente e o mesmo deu-me o seu autografo.JAIME CAETANO BRAUM( c meus 19aninhos) conhecir tb tulio piva um grande sambista do sul...por isso curto ate hoje este rincao querido..porquer quem ama nunca esquece, hoje gostaria muito d ter a oportunidade de conhecer este palco da coxilha..p meu total prazer........

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  4. Estava em Caibaté, em visita ao meu cunhado, e não ia dormir enquanto não terminassem as apresentações. Fiquei encantado com tudo! (Sérgio Vicentin - Curitiba)

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