sábado, 5 de junho de 2010

13ª Coxilha










Pesquisa e Reportagem: Rômulo Seitenfus
Fotos: Acervo Coxilha Nativista


Julho de 1993. Apesar do frio cortante de 5ºC na primeira noite de festival, o Ginásio Municipal Dr. José Westphalen Corrêa esteve lotado e as 11 músicas concorrentes desta abertura agradaram o público.

Antônio Augusto Sampaio da Silva, idealizador da 1ª Coxilha, voltou a desempenhar naquele ano o cargo de Secretário de Cultura de Cruz Alta. O Prefeito Municipal Nilton Homercher assumiu o primeiro ano de seu mandato.

A grande inovação de 1993 foi a inclusão da fase local do festival.

O Grupo de Danças Chaleira Preta uniu-se a outro grupo, “Capitão Rodrigo I”, para a interpretação da música “Chacarera Telesita” de Ariel Ramire por Lito Vitale. Um conceito interpretando a luta do bem contra o mal atraiu os olhares atentos do público arrancando aplausos.

A grande atração, não somente da primeira noite como de todo festival, foi a cantora Baby Consuelo. O estilo fugiu do padrão nativista, no entanto era esse o objetivo do Secretário de Cultura, transformar o palco do evento em vitrine para a música brasileira.

Renato Pereira, reconhecido no país, realizou seu show de humor e grandes nomes da música nativista concorreram na 13ª Coxilha. Mano Lima defendeu a vanera “Veterinária Campeira” de Jaime Caetano Braum. Neto Fagundes também foi figura marcante. Ele, que venceu a 3ª Coxilha com “João da Madrugada”, interpretou “Cismas” na 7ª edição conquistando o 4º lugar, “Aves de Arribação” na 8ª Coxilha ganhando o 2º lugar e “A Dama e o Valete”, numa parceria com Loma na 11ª edição do evento.

Pela opinião geral dos presentes, o nível das músicas concorrentes apresentadas melhorou em relação aos anos anteriores. Um dos jurados, Jorge Nicola Prado, depois de discutir com os demais julgadores divulgou para a imprensa, já na primeira noite, que o nível musical daquele ano havia sido considerado entre bom a muito bom.

Os troféus do festival passaram por mudanças. O artista plástico Jorge Schroeder desenvolveu obras mais modernas. Bronze fundido e granito foram usados em uma das peças.

No Parque Integrado de Exposições, foi preparada uma área de 45 hectares. Além das tertúlias, do “Rodeio Crioulo”, do “Acampamento de Lona” e da realização da Coxilha Piá, o parque abrigou o público no baile oficial da Coxilha, animado pelos “Garotos de Ouro”.

“O Homem Que Se Cansou de Deus” foi a grande vencedora daquele ano.









Música Vencedora da 13ª Coxilha Nativista - 1993



O Homem que Se Esqueceu de Deus – Chico Saratti

(Jorge Fernando Gonzales – Talo Pereyra)





Teu medo é o campo que já não floresce

É uma semente que já não germina

É uma vertente de que não se bebe

É o que se atreve a nos passar por cima



Meu medo é o medo do animal aflito

Quando a rapina lhe ameaça a cria

É um entrever de um verso em rima pobre

Comprometendo os rumos da poesia



Meu medo é a mata que foi derrubada

É uma criança que não foi parida

É a primavera que não tem mais sol

É um rio que corre sem levar a vida



Meu medo é o medo da figueira grande

Quando o machado lhe ameaça a queda

É um entrever de um tempo sem poesia

Pras melodias de quem não se entrega



Meu medo é o moço que já não escuta

É o que falece a geração dos meus

Meu medo é o medo dos que já não comem

Meu medo é o homem que esqueceu de Deus







Premiações:

Grande Vencedora: O HOMEM QUE ESQUECEU DE DEUS de José Fernando Gonzáles e Talo Pereyra com Chico Saratt



Vencedora Linha Nativista: MÃO DE POETA de Mauro Marques e Mano Oliveira com Flavio Hanssen



Vencedora Linha Campeira: MILONGA FANDANGUEIRA de Jaime Brum Carlos e João Pimentel com: Antônio Gringo e os Quatro Ventos



Vencedora Linha Contemporânea: O HOMEM QUE ESQUECEU DE DEUS de josé Fernando Gonzáles e Talo Pereira com: Chico Saratt



Destaque Popular: VETERINÁRIA CAMPEIRA de Jaime Brum Carlos e Antônio Gringo com: Mano Lima



Melhor Intérprete: Maria Luiza Benitez



Melhor Instrumentista: Dado Jaeger

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