sábado, 5 de junho de 2010

14ª Coxilha









Pesquisa e Reportagem: Rômulo Seitenfus
Fotos: Acervo Coxilha Nativista


Mil novessentos e noventa e quatro foi um ano intenso, de grandes acontecimentos. A telefonia celular estava chegando à cidade de Cruz Alta e as tecnologias começavam a avançar. Ayrton Senna realizava a sua última curva e Dunga dividia a bola contra Camarões na Copa do Mundo. E, precisamente em julho daquele ano, acontecia a 14ª Coxilha Nativista de Cruz Alta e a Coxilha Piá respirava a sua 10ª edição. Foi organizado um regulamento para a Cidade de Lona ser mais agradável e segura.
O Ginásio Municipal estava decorado e mostrava um típico galpão crioulo. Das 536 músicas pré-inscritas que foram ouvidas, 19 delas subiram ao palco do festival.
Nilton Homercher estava em seu segundo ano de mandato como prefeito municipal e o Secretário de Cultura Antônio Augusto Sampaio da Silva, anunciava aos jornalistas o calçamento das ruas do Parque Integrado de Exposições com prazo favorável para o próximo ano.
O executivo Municipal juntamente com a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo, apresentou a Comissão Organizadora: José Américo Macagnan, Yone Luft Meirelles, Ivo José Lopes Machado, Glodomar Guitel, Eduardo Vendrúsculo, João Alberto Sampaio Juchem e Anilson Riguer.
O Corpo de Jurados foi constituído por Telmo de Freitas, José Fernando Gonzáles, Gabriel Moraes e Edson Otto e mais uma vez o Grupo de Danças Chaleira Preta abriu a primeira noite da Coxilha Nativista.
Rui Biriva e David Menezes arrancaram aplausos do público nos shows de intervalo.
Adauto Mastella Basso voltou a comandar as apresentações das Tertúlias Livres, no Parque Integrado de Exposições.
O Festival foi encerrado às 03hs da madrugada de segunda-feira.
Cezar Passarinho vence a 14ª Coxilha Nativista. A música vencedora “Coplas”, não agradou na totalidade, mas estava entre as mais cotadas para a premiação final desde a apresentação na noite de sábado, na segunda eliminatória.


Música Vencedora da 14ª Coxilha Nativista – 1994

Coplas – Cezar Passarinho
(Marcondes Chagas - Luiz Cardoso)


Peço perdão se me atrevo
Mas vou descansar o alcatre
Entrar na roda do mate
Mesmo sem ser convidado

Pois necessita quem canta
Tirar o pó da garganta
E ter seu canto escutado

Mais claro que o dorso sal
Que faz do canto bagual
Seu jeito de ser lembrado

Também vou tomar um trago
Pra me clarear o tutano
Eu não sou destes fulanos
Que só falam sem pensar

Se veio zonzo das garras
Não bordoneio guitarras
Sem primeiro descansar

Não gosto de ser estorvo
Nem tenho cruza de corvo
Que nunca aprendeu cantar

Nos caminhos onde andei
Recurno tem experiência
E o cantor tem como ciência
A liberdade em seu canto

E o verseja costumeiro
Bonde vem sempre primeiro
As coisas que levou do campo
Que faz do aprender da lida
Qual o rosário de vida
Em acordes de acalanto

Por isso canto essas coplas
Campeiras por excelência
Meu cantar tem procedência
Das razões e das verdades

Pois essa rima baguala
Com cheiro de maçanilha
Tem balanço das flexilhas
Do campo do coração

E nos acordes do violão
Vem dar sentido a minha vida



Premiações:

1º Lugar: COPLAS, com Cezar Passarinho – Letra de Marcondes Chagas e Música de Luiz Cardoso

Melhor Intérprete: César Passarinho

Melhor Instrumentista: Techo Cabral

Música Mais Popular: O Engenho e o Alambique


Linha Nativista: Na hora do Mate, com letra e música de Juca Moraes com interpretação de Marcos Costa

Linha Contemporânea: Panelinha Encantada, uma milonga com letra de Izabel e Airton Pimentel, com interpretação de Ayrton Pimentel

Linha Campeira: Coplas com interpretação de Cézar Passarinho

Um comentário:

  1. Cesar Passarinho é um mestre ao cantar. Não conheço as outras, mas esta é maravilhosa.Ainda bem que ele ganhou. Em São Lourenço ele não costumava ganhar, apesar as músicas dele sempre terem sido as melhores, o que até hoje não entendo.

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