segunda-feira, 31 de maio de 2010

11ª Coxilha Nativista - 1991

Pesquisa e Reportagem: Rômulo Seitenfus
Fotos: Acervo Coxilha Nativista

O ano era 1991 e a gestão municipal era de Fulvio Berwanger, que teve como Secretário de Turismo, Desporto e Cultura, o senhor Odir Carvalho.
Acontecia a primeira noite da 11ª Coxilha Nativista. O início, com a apresentação das 12 primeiras músicas classificadas do festival, julgou a livre interpretação, instrumentação, caracterização cênica e coreografia dos candidatos que subiram no palco. O regulamento manteve como obrigatório o uso de pilcha ou vestimenta relativa ao tema para todos os que apresentassem. A Comissão Julgadora foi a mesma que pré-selecionou os trabalhos, mantendo os requisitos: poesia, tema, harmonia e ritmo.
Diferente do ano anterior, que haviam sido abominados os shows de intervalo, os artistas que não concorriam, apresentaram-se trazendo-os de volta. Nesse ano, o festival elevou ao palco o sucesso do cantor Sérgio Reis, na época interpretando o personagem “Tibério” na novela Pantanal, da Rede Manchete. O artista apresentou músicas de cunho sertanejo, como a trilha sonora da novela e outras músicas que o consagraram como cantor. Ele expressou a visão e imagem do evento que levou consigo.
- É importante o que vocês fazem aqui no sul. Vocês tocam e gostam da sua música. Vocês gostam de usar bombacha e tomar chimarrão – descreveu Sérgio Reis.
Pelo 11º ano consecutivo, o apresentador Adauto Mastella Basso, comandou as apresentações das edições da Tertúlia na “Cidade de Lona”, que acontece todas as noites após o encerramento da programação do ginásio.
O baile oficial da Coxilha ocorreu no Pavilhão I do Parque Integrado de Exposições de Cruz Alta, e contou com significativas atrações, entre elas, as participações especiais de Neto Fagundes e Mano Lima. Uma surpresa entre os visitantes, foi a presença do “Baixinho” da Kaiser – empresa patrocinadora do festival – que veio especialmente de São Paulo para a grande festa do nativismo gaúcho.
Durante o baile foram anunciadas as dez composições classificadas para a grande finalíssima da noite de domingo, dia 21, que foram apresentadas no Ginásio Municipal Dr. José Westphallen Corrêa. O anúncio foi efetuado por Antônio Augusto “Nico” Fagundes.
“Acordes de Chamamé” foi a grande vencedora do festival naquele ano que, agradou o público com a interpretação de Antonio Gringo e Nenito Sarturi. A escolha dos 2º e 3º lugares também conferiu preferência popular, que aplaudiu de pé “Quando o tempo perde as Esporas” e “Luas de Espera”, duas toadas de Sérgio Bojas e Sérgio Rosa, respetivamente. Uma pesquisa pelos meios de comunicação da cidade levantou “Bugio do Bicho”, com interpretação de Angelino Rogério. Entre o público foi também bastante votada a música “A Dama e o Valete” com Lomma e Neto Fagundes, uma interpretação teatral que arrancou aplausos.
Na última noite da Coxilha Nativista, quando foram anunciadas as vencedoras, o grande ápice foi o show de encerramento dos Fagundes. O público exigente pediu “Bis”.

O Disco



Segredos dos Botões desta Cordeona (com Juscelino Machado)
Filosofia de Andejo (Chimarrita com Luiz Marenco)
Quando o Tempo perde as Esporas (com Sérgio Rojas, Vitor Peixoto e João Vicente)
Luas de espera (com Antonio Gringo e Os Quatro Ventos).
Verso e Canto ao Taim (com Carlos Catuípe e Lúcio Soares)
Changa Para Um Cantador (com Elmo de Freitas e Os Campeiros)
A Dama e o Valete (com Lomma e Neto Fagundes)
Uma Canção Para Refletir o Sul (com Lênin Nunes e Eraci Rocha)
Acordes de Chamamé (com Antonio Gringo e Nenito Sarturi)
Bugio do Bicho (com Angelino Rogério)


Classificação Geral:

1º LUGAR: Acordes de Chamamé – Troféu Capitão Rodrigo
2º LUGAR: Quando o Tempo Perde as Esporas – Troféu Capitão Rodrigo – Prata
3º LUGAR: Luas de Espera – Troféu Capitão Rodrigo – Bronze
MELHOR INTÉRPRETE: César Passarinho
MELHOR ARRANJO: Antonio Gringo




O idealizador da Coxilha Nativista,

Baianinho e a esposa jornalista Veronice Mastella,

a primeira dama do evento


Vencedora da 11ª Coxilha Nativista - 1991

Acordes de Chamamé – Nenito Sarturi e Antonio Gringo
(Nenito Sarturi – Sérgio Rosa)

Quando escuto uma cordeona
Retrechando chamamé
Me lembro dos bailes costeiros
A luz de candeeiro lá em Santa Fé

Revejo a balsa deslizando
Sinete cortando o Uruguai
E sobre a proa pulando e cantando
Alegre entoando um sapucai

Chamamé santa fecino
Que desde menino me enfeitiçou
Com os teus acordes no meu caminho
Não ando sozinho por onde vou

Nestas quebradas e coxilhas
Os teus acordes se ouvirão
Vou renascendo nas flexilhas
E campeando trilhas por esse chão

Mas quando bebo de tuas fontes
Deslumbro horizontes por cruzar
O teu som continentino
Parece um hino a me embalar

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