sexta-feira, 7 de maio de 2010

7ª Coxilha Nativista - 1987

Pesquisa e Reportagem: Rômulo Seitenfus
Fotos: Acervo Coxilha Nativista

As noites frias de 23 a 26 de julho do ano de 1987, ficaram mais aquecidas pelo calor humano do público que se fez presente no Ginásio Municipal José Westphalen Corrêa.
Para a 7ª Coxilha, Fúlvio Berwanger mais uma vez foi o convidado a presidir a Comissão Executiva Central, que contou com a colaboração de Valdir João Manjabosco e Hamílcar Jordano Cé.
Faltando vinte dias para o evento, uma pesquisa nos hotéis da cidade surpreendeu a imprensa. Todos estavam lotados, não aceitando mais reservas, tamanho o sucesso.
Von Stein, o artista plástico responsável pelos troféus da Coxilha Nativista, comunica a imprensa que esse é o último ano a assinar os troféus. Segundo ele, estava cansado de criar sempre o mesmo estilo, sem inovar. Embora a cada ano viesse acrescentando algo nas esculturas, considerava-as sempre parecidas, “cópias do seu próprio trabalho”. Na verdade, suas obras eram incansáveis. Encantavam os olhos dos admiradores artísticos.
Tres gigantescos outdoors foram instalados nas principais ruas de Cruz Alta. Tratava-se de quatro metros quadrados de obras de arte produzidas e assinadas pelas artistas Tuca Almeida, Neusa Cancian, Maristela Macagnan e Maria Aparecida Camargo, retratando temas nativistas.
Os apresentadores Leopoldo Rassier e Maria Luiza Benitez, deram um show de voz.
Pela primeira vez na história do festival, a Loteria Estadual não divulgou a Coxilha nos bilhetes. Todos os anos era realizada uma chamada comunicando as datas do evento.
Sahra Westphalen Corrêa, a primeira dama do município de Cruz Alta, desfilou pela sétima edição do evento com um belo vestido desenhado por Marilu, estilista da tradicionalíssima Casa Stella.
Na primeira noite, as 12 primeiras concorrentes não animaram muito a plateia, colocando-se abaixo das expectativas. Na segunda noite o nível melhorou, segundo presentes que manifestaram opiniões para jornalistas que cobriam o evento. Na última noite em apenas duas músicas o público não vibrou.
Os shows de intervalo foram enriquecidos pela Orquestra Harmônica de Curitiba, Grupo de Folclore “Os Gaúchos”, de Porto Alegre e Horácio Guarany, que apresentou-se pela primeira vez no Brasil.
Com o ginásio praticamente cheio, às duas da manhã da última noite, foi anunciada “Rio de Lágrimas” como a grande vencedora.


Vencedora da 7ª Coxilha Nativista - 1987

Rio das Lágrimas – Délcio Tavares
(Dilan Camargo e Newton Bastos)

Eram armas de Castela
Contou a velha mestiça
De Portugal também vinham
E a paz nos olhos não tinham

Chereçá Apacuí
Chereçá Apacuí
Nas coxilhas de Marica
Nas serras do Batovi

O rio nasce dos olhos
A luz nasce do olhar
A lágrima dos vencidos
Em vida se transformar

Rio das lágrimas
Rio das lágrimas
Correnteza de tristezas
Quando Sepé chorou

Ameríndio esse rio
É um fio, filete, caudais
A lágrima dos vencidos
Não se chora nunca mais
Não se chora nunca mais
Nos campos meridionais

DISCO



LADO A

1. Rio das Lágrimas – Délcio Tavares
(Dilan Camargo e Newton Bastos)

2. Me Chamo Terra – Daniel Torres
(Jayme Caetano Braum e Lúcio Yanel)

3. Cismas – Neto Fagundes
(Mauro Sérgio Moraes)

4. Pó do Pampa – Os Lendários
(Luiz C Miranda Batista e Oldemar Gerardt)

5. Canto do Renegado – Miguel Marques e João Almeida Netto
(Nilo Bairros de Brum e Miguel Marques)

6. Barqueiro do Jacuí – Elton Saldanha e João Almeida Netto
(José Hilário Retamozo e Elton Saldanha)

LADO B

1. O Vento e o Payador – Léo Almeida
(Jayme Caetano Brum e Talo Pereyra)

2. Repassando a Vida – Garotos de Ouro
(Tonhinho Silva, Helena Fontana e Rossi Arrua)

3. Canção da Noite – Elton Saldanha
(Elton Saldanha e Juliano da Costa Trindade (Bonitinho)

4. Posteiro da Utopia – Grupo Itapevi
(Armando Vasquez dos Santos e Valdir Santana Monteiro)

5. Volta à Querência – Rossano Arieta
(Luiz Carlos Narvaes, Roque Pibernat e Valdir Santana Monteiro)

6. Haja Fole – Anildo Lamaison de Moraes
(Anildo Lamaison de Moraes)


PREMIAÇÃO

1° Lugar: “Rio das Lágrimas” (Troféu “O Carreteiro”)
2° Lugar: “O Vento e o Payador” (Troféu “Erico Verissimo”)
3° Lugar: “Me Chamo Terra” (Troféu “Ana Terra”)
4° Lugar: “Cismas” (Troféu “Pedro Missioneiro”)
5° Lugar: “Barqueiro do Jacuí” (Troféu “Bibiana”)

- Música Mais Popular: “Haja Fole”
- Melhor Intérprete: “João Almeida Netto”
- Melhor Conjunto Vocal: “Grupo Fandango”
- Melhor Instrumentalista: “Lúcio Yanel”
- Melhor Arranjo: “Rio das Lágrimas”
- Melhor Indumentária: “Grupo Fandango”

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