sexta-feira, 12 de novembro de 2010

20ª Coxilha






Pesquisa e Reportagem: Rômulo Seitenfus
Fotos: Acervo Coxilha Nativista

O ano 2000 foi o 3º ano consecutivo em que a Secretária de Cultura, Desporto e Turismo de Cruz Alta, Marlene Bortoli Soares organizava o evento.
A Comissão Julgadora foi composta por Mauro Marques, Beto Barcelos, Sabani Felipe de Souza, Nenito Serturi e Maria Luíza Benitez.
Nenito Sarturi e Anelise Severo realizaram o primeiro show da vigésima edição. Logo em seguida, os intérpretes da fase local subiram ao palco para apresentarem as composições concorrentes da fase local. Rodrigo Martins, Fernando Carvalho, Angelino Rogério, Leonardo Diaz Morales, Taine Schettert e Simone Satte, Gabriel Moraes, Felipe Mello, Marcos Costa e os Grupos Embalo Nativo e os Payadores. A Orquestra Municipal de Artigas do Uruguai encerrou a noite.
O show mais esperado de toda a história da Coxilha aconteceu no encerramento desta primeira noite. Belchior entrou no palco do festival com seu tradicional bigode pontudo e seu chapéu caricato. O Ginásio lotado foi à loucura no momento do refrão mais cantado em vinte anos de festival. “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”, representava a identidade de um cantor que trazia uma canção do rádio cujo compositor lhe dizia “Tudo é divino, tudo é maravilhoso”. A voz aguda e forte de Belchior ecoava no Ginásio Municipal acompanhada de milhares de outras vozes que se uniam ao cantor.
Valéria De Bortoli e Paulo de Freitas Mendonça foram os apresentadores daquele ano.
Para a surpresa do público e dos concorrentes, os jurados quebraram o protocolo e classificaram quatro concorrentes para a fase local, uma a mais do que estava previsto no regulamento. Entre as doze, foram classificadas a milonga “Pechas”, interpretada por Marcos Costa, com letra de Rossano Moroder e música de Sinval Araújo e Pedro Carvalho Júnior, a milonga “Tempo Loco”, com interpretação de Felipe Teixeira de Mello, música de Edison Macúglia e letra de Felipe Mello, a vaneira “Tocando Rebolo”, na interpretação e letra de Angelino Rogério e música de sua autoria com parceria de Arnildo Merência e a chimarrita “Mistérios da Panelinha”, interpretada por Ataualpa Maicá, letra de Jorge Nicola Prado e música de sua autoria, em parceria com Alexandre Takahama.
Segundo a comissão julgadora, houve empate entre as quatro composições e a justificativa que pesou para que passassem todas à final.
Nenito Sarturi e Anelise Severo abriram a noite da fase local apresentando ao público o repertório do CD da dupla, ‘Caminheiros’.
Cristiano Quevedo apresentou um dos festivais mais animados do festival, com seu CD ‘Luzeiros’.
Um milonga de Vinícius Brum vence a 20ª Coxilha. “Os Cães Danados da Milonga” eleva o autor em seu segundo ano consecutivo como vencedor da Coxilha.




20ª Coxilha Nativista – 2000

Cães Danados da Milonga – Vinicius Brum
(Vinicius Brum – Tuny Brum)

O Canto do Sabiá – Miguel Marques
(Ivo Bairros de Brum – Miguel Marques)

Beliscando o Vento – Ângelo Franco e Piriska Grecco
(Carlos Omar Vilella Gomes – Ângelo Franco)

Tocando Rebolo – Angelino Rogério
(Arnildo Merência – Angelino Rogério)

Tempo “Loco” – Felipe Mello
(Felipe Mello – Edson Macúglia)

Paisagem da Noite – Jorge Freitas
(Gujo Teixeira – Érlon Péricles)

Cultura Não Se Compra – Grupo Raízes
(Matinho Pereira – Farelo Lima – Hermes Godói)

Liberdade – Léo Almeida
(José Luiz Vilella Almeida)

Tordilha Monarca – Marcos Costa
(Tadeu Martins – Jorge Freitas)

Cascoteado – João de Almeida Neto
(Colmar Duarte – Mauro Moraes)

Mistérios da Panelinha – Ataualpa Maicá
(Jorge Nicola Prado – Alexandre Takahama)

O Livro – Juliana Spanevello
(Jaime Brum Carlos – Paulo Branchi)

Mateando Esperanças – Valmir Campeador
(Valmir Trost – Erui Esse “Fritz”)

Pechas – Marcos Costa
(Rossano Moroder – Sinval Araújo – Pedro Júnior)

A Sombra de Um Cinamomo – Joca Martins
(Renato Daudt – Joca Martins)

Nos Matizes da Saudade – Miguel Marques
(Valer Florenza – Paulo Reis)


Letra Vencedora:
20ª Coxilha Nativista - 2000

Cães Danados da Milonga – Vinicius Brum
(Vinicius Brum – Tuny Brum)

Cães danados da milonga
Gritam na boca da noite
Cantam nas águas da sanga
Brilham nos olhos da rua

Gastam-se nas madrugadas
Dormem avessos de lua
Andam de arrasto no tempo
Em que a milonga flutua

Uivam pra espantar o medo
Choram pra nos atiçar
Cães danados no negredo
Que é de milonga e luar

Perambula na dienas
A matilha abandona
Joga seus uivos ao céu
A orquestra atordoada

E a noite vai ficando
Em sua nudez arranhada
A lua já se desmancha
Nos fundões da madrugada

Ladrando meu desatino
Que o frio do sul faz vingar
Eu sou um cão peregrino
Que a milonga faz cantar



Vencedores da 20ª Coxilha Nativista

1° Lugar: Os Cães Danados da Milonga
2° Lugar: O Canto do Sabiá
3° Lugar: Beliscando o Vento
Música Mais Popular: Tocando o Rebolo
Melhor Instrumentalista: Sérgio Rosa
Melhor Letra: Liberdade
Melhor Intérprete: Jorge Freitas
Melhor Conjunto Instrumental: Tempo “Loco”
Melhor Conjunto Vocal: Cultura Não Se Compra
Melhor Indumentária: Angelino Rogério

Vencedores da Fase Local:

1° Lugar: Tempo “Loco”
2° Lugar: Mistérios da Panelinha
3° Lugar: Tocando o Rebolo

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