sábado, 13 de novembro de 2010

Pérolas da Coxilha

Na tentativa de trazer aos meus leitores a fidelidade ao escrever a história do festival, ouvi personagens, fui a lugares inimagináveis, conversei com participantes e vencedores, organizadores e produtores. Leia algumas pérolas que marcaram momentos.




Os Meus Entrevistados

“Me recordo que em certa ocasião após minha apresentação com a música “Cascata de Piá”, na saída do palco fui cumprimentado por um homem que disse gostar muito de meu trabalho, me rasgou de elogios e conversamos muitas coisas e ao término de meia hora de conversa me chamou de Elton Saldanha! (Risos). Relembro também que o mais esperado para mim e os músicos em geral era ver o palco que seria apresentado, os cenários que eram criados para a Coxilha, pois eram os melhores criados na época, momentos que o marcaram as primeiras edições da Coxilha.”
Eraci Rocha

“Em 1999, quando eu estreava nos palcos do nativismo, meu primeiro festival, e que logo após sairmos do ginásio nos reunimos no Bar do Miguel e lá pelas tantas um gaúcho vem e pede para eu tirar um foto dele com algumas gurias. Eu brinquei que não tiraria foto de macho. O que eu não sabia é que o gaúcho na minha frente era o Luiz Marenco, que logo se tornaria um grande amigo meu. O engano ocorreu e na ocasião eu não sabia quem era o gaúcho e hoje, tenho o prazer de ter gravado junto com Marenco.”
Pirisca

"Um fato que marcou na Coxilha pra mim, foi em 1984. Eu estava como espectador na plateia e subiu ao palco David Menezes Jr. Ele foi apresentar “Morocha”. Enquanto ele cantava a música mais polêmica da história, do meio da arquibancada vi uma senhora sair da mesa onde ela estava e foi para frente do palco. Ela apontava para David Menezes, que continuava a cantar e fazia gestos com o olhar para a senhora! (Risos). Isso me marcou muito, pois acabei sendo noticiado depois que isso teve uma grande repercussão nacional. Lembro também do início da minha trajetória nos palcos da Coxilha. Comecei pelas primeiras edições da Coxilha Piá, dando início à carreira artística."
Felipe Mello

“O que considero marcante é ter podido estar presente em quase todas as edições da Coxilha desde sua primeira edição, principalmente pelas conquistas que me trazem boas recordações. Também considero importante a ininterruptalidade do festival, que é bem difícil de alcançar.”
Vinícius Brum

“O que melhor me marcou na história das Coxilhas foi interpretar “Morocha” em 1984. Foi um momento único. Eu entreguei Morocha para Cruz Alta, que por sua vez deu ela ao Rio Grande, que a entregou ao Brasil e ao mundo. Jamais uma composição ganhou vôos tão altos como ela alcançou e causou tanta polêmica como ela criou, realmente é um momento único. Hoje podemos resgatar com muita emoção e carinho, pois queiram ou não queiram, Morocha é a grande música de todos os tempos da Coxilha Nativista de Cruz Alta. A Coxilha é o melhor festival do Rio Grande do Sul e tem músicas para se ouvir um mês inteiro. Mas como Morocha não tem igual. Em uma competição, o normal é não absorver as emoções de fora do palco. Mas com Morocha foi diferente. Houve uma interação tão grande com a plateia, que Morocha não foi apresentada ao público. Ela aconteceu e ficou na história.”
David Menezes Jr.


“Participar de um festival sério como a Coxilha que procura mostrar o que existe de positivo na música, na parte literária e também na parte musical, retornar à Coxilha depois de muitos anos, já com os meus 77 anos e ver os jovens, que são os continuadores da nossa cultura, do nosso empenho em manter os costumes do nosso Rio Grande, pelo Brasil, só me faz agradecer ao Patrão Maior. A busca pela parte literária da Coxilha continua muito boa. Todas as pessoas envolvidas na realização da Coxilha Nativista estão realmente de parabéns.”
Telmo de Lima Freitas

“Sem dúvida nenhuma o momento mais marcante foi na 4ª Coxilha realizada em 1984. Me lembro da emoção passada por David, com uma música totalmente diferente das outras, pelo seu tema (que era quase uma agressão as mulheres), num estado como o Rio Grande do Sul considerado pelos demais como machista. Transmitia por várias rádios do estado. Quando na mesma madrugada da apresentação de “Morocha”, todos os músicos retornaram para Porto Alegre e fomo de ônibus com eles. Eu e o Paixão Côrtes, morávamos na mesma região da capital e embarcamos no mesmo táxi. Por curiosidade me lembro que o taxista virou-se para trás e disse:
- Seu Paixão, o senhor não sabe o que aconteceu. Escutei no rádio ontem, um cara que bate na mulher com os pelegos. Eu vou comprar esse disco. Falei pra minha mulher e ela não acreditou. Seu Paixão, o que o senhor acha que vai acontecer?
Paixão levou as mãos na cabeça, me olhou e eu disse:
- Paixão, aconteceu. Vai ser um sucesso!
E foi o que aconteceu. Hoje foi emocionante ver o David interpretando novamente “Morocha” no palco da Coxilha. Foi até mais emocionante que da primeira vez.” (Falando sobre a apresentação de David Menezes Jr. na 30ª edição)
Ayrton dos Anjos, o Patinete, que em 1984 produziu o disco da Coxilha que lançou Morocha. Patinete trabalhava para a Som Livre.

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