sábado, 13 de novembro de 2010

25ª Coxilha




Pesquisa e Reportagem: Rômulo Seitenfus
Foto: Site Guia Digital

Eram exatamente vinte horas e trinta minutos de quinta-feira quando foi iniciada a 25ª edição da Coxilha Nativista. A única na história do festival até então a produzir discos duplos, sendo o primeiro para a fase local e o segundo para a fase geral. A edição de 2005 gerou músicas importantíssimas. Era o início da primeira gestão do prefeito Vilson Roberto dos Santos. O Secretário de Turismo naquele ano era Luiz Noé e o Secretário de Cultura era Rossano Viero Cavalari que, como bom pesquisador, procurou buscar na história cultural o caminho perfeito para a realização inovadora da Coxilha Nativista. Desenvolveu seminários em diferentes cidades do estado para ouvir histórias culturais, inspirando-se na cultura dos povos e buscando o resgate necessário para a produção de novos paradigmas. Antes de cada acontecimento, o secretário discutiu com a imprensa e população através de seminários realizados na Casa de Cultura Justino Martins em Cruz Alta e em outras cidades do estado. Segundo o secretário, tudo para aparar as arestas e lapidar o evento. Erico Verissimo era o grande homenageado para louvar a cultura literária.
Os apresentadores foram Gabriel Moraes e Maria Luiza Benitez.
Mesmo com a redução do número de músicas por compositor para cinco, a triagem para a 25ª Coxilha Nativista registrou número recorde de inscrições. Foram aproximadamente 650 músicas ouvidas pelos jurados para a escolha das dez concorrentes da fase local, dez da geral, dez da Piá e dez da Piá Taludo.
João Bosco Ayala Rodrigues, Glênio Fagundes, Valdomiro Maicá e Leonardo Díaz Morales, integraram o corpo de jurados. O quinto componente, Luis Menezes, não pôde comparecer por ter contraído pneumonia, sendo substituído por Adair de Freitas.
Na fase geral, subiram ao palco Quem Vem Lá, Amor Mio, Se Te Vás, A Hora do Sétimo Anjo, À Luz da Milonga, A Estância do Amanhecer, Que Tem Nome de Querência, A Palavra, A Mão do Tempo, Milonga Para Um Teatino, Além de Todos os Extremos, Pouso de Cruz Alta, Assovios e Pesares, Peón de Campo y Guitarrero, Trilha de Eira, Canção de Amor e Despedida. Na fase local, apresentaram-se Deusa dos Poetas, Confraria, Benzedura, Doces Lembrança, Marias de Ferro, No Pulsar da Canção, De Homens e de Facas, Liga de Prata, Fundi de Carne e Oveia, Conselho de Um Domador.
“A Hora do Sétimo Anjo” vence a 25ª Coxilha Nativista. A música retrata um romance inacabado de Erico Verissimo. O autor, Carlos Omar Vilela Gomes, cita na letra grande parte das obras do escritor cruz-altense. “Pouso da Cruz Alta”, que conquistou o segundo lugar, retrata a instalação jesuítica.

Premiação da 25ª Edição da Coxilha Nativista

1° Lugar: A Hora do Sétimo Anjo
2° Lugar: Pouso da Cruz Alta
3° Lugar: Além de Todos os Extremos
Música Mais Popular: Fundi de Carne de “Oveia”
Melhor Arranjo: A Luz que Verte dos Sonhos
Melhor Instrumentalista: Thiago Quadros
Melhor Letra: A Palavra
Melhor Intérprete: Mauricio Barcellos
Melhor Conjunto Instrumental: Além de Todos os Extremos
Melhor Conjunto Vocal: Pouso da Cruz Alta
Melhor Indumentária: Juliano Javoski

Vencedores da Fase Local

1° Lugar: Marias de Ferro
2° Lugar: Fundi de Carne de “Oveia”
3° Lugar: Benzeduras

Jurados: Leonardo Diaz Morales, João Bosco Ayala Rodrigues, Valdomiro Maicá, Adair de Freitas e Glênio Fagundes

Vencedores da 21ª Coxilha Piá

Categoria Piá Taludo: Érika Martins Lopes – Amada Amiga

Categoria Piá: Alexandre Barreto – Canto de Ausência

Jurados: Teiva Schettert, Roberto Basílio, Paula Vicentini. Ângelo Franco e Victor Cezar Klein

Música Vencedora da 25ª Coxilha Nativista - 2005

A Hora do Sétimo Anjo – Piriska Grecco
(Carlos Omar Vilela – Sabani Felipe de Souza)

A pena antes tão firme que doce na folha branca
A mão que lhe sustentava estava agora tão fria
Final de vida com jeito de romance inacabado
Um solo de clarineta tomando a noite vazia

Se calam tantos fantoches quando o vento é rebeldia
O tempo mostrando as garras vem ceifar outra existência
A alma do escritor verte amor se faz poesia
E a cruz que lhe acompanha é a cruz da sua querência

Uma música ao longe ecoou na imensidão
Talvez seja essa passagem, mais um livro a começar
A vida pode ser poeira a escorrer por entre as mãos
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará

O rumo da liberdade não tem caminhos cruzados
Os lírios não se desbotam quando a terra é o sentimento
Mais um contador de história seguindo pra eternidade
Deixando suas pegadas pelo tempo e pelo vento

Então em vez da trombeta, tocou o Sétimo Anjo
Um solo de clarineta no seu tom de despedida
A voz de Deus sussurrando, aos poucos foi lhe mostrando
Que os sonhos que plantamos são maiores que essa vida

Disco da 25ª Coxilha Nativista – 2005
(foto do disco)

A Hora do Sétimo Anjo – Piriska Grecco
(Carlos Omar Vilela Gomes – Sabani Felipe de Souza)

Pouso da Cruz Alta – Juliano Javoski
(Sergio Aragonês – Juliano Javoski)

Além de Todos os Extremos – Mauricio Barcellos
(Mauro Marques – Mauricio Barcellos)

Quem Vem Lá – Oristela Alves
(Mário Eleú da Silva- Tuny Brum)

Que Tem Nome de Querência – Marcelo Oliveira
(Gujo Teixeira – Luiz Marenco)

Peon de Campo Y Guitarrero – Lúcio Yanel
(Anomar Danúbio Vieira – Lucio Yanel)

A Palavra – Jorge Freitas
(Jorge Nicola Prado – Jorge Freitas – Edison Macuglia)

À Luz da Milonga – Mauro Moraes e Piriska Grecco
(Anomar Danúbio Vieira – Mauro Moraes)

Rancheirinha – Miguel Marques, Ângelo Franco e Jorge Freitas
(Juca Moraes)

Milonga Para Um Teatino – João de Almeida Neto
(Jorge Nicola Prado – Juca Moraes – Arthur Bonilla)

Canção de Amor e Despedida – Robledo Martins
(Adão Quevedo)

A Mão do Tempo – Mauricio Barcellos
(Paulo Fleck – Mauricio Barcellos)

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