sábado, 13 de novembro de 2010

30ª Coxilha



Texto e Foto: Rômulo Seitenfus

Pirisca Grecco lançou a flecha perfeita ao corpo de jurados e à plateia do Ginásio Municipal. O intérprete cantou com sensibilidade e convenceu o júri, composto por Arthur Bonilla, Tadeu Martins, Sandro Cartier, Luís Cardoso e Jean Kirchoff. Os apresentadores Zeca Amaral e Analise Severo foram incansáveis nas oito noites do festival. Nos anos anteriores as edições iniciavam na quinta-feira com término previsto para o domingo. No ano de 2010, tudo foi inovado. O protocolo durou oito dias e o público pôde conhecer ou assistir novamente a apresentações das músicas que fizeram história da Coxilha nesses 30 anos. Após oito noites de cultura musical nativista, no sábado, 31 de julho, foi encerrada a 30ª edição do maior festival de música nativista do estado. O mais antigo sem interrupções presenteou o público com a reapresentação das melhores músicas, trazendo novamente ao palco do Ginásio Municipal - intitulado Palco Jaime Caetano Braum – intérpretes e representantes das músicas que fizeram história desde 1981. Foram quatro noites de Mostra Histórica não-competitiva e quatro noites de competição com as músicas da 30ª edição. No quinto dia, quarta-feira, 28, a voz forte de Fabiana Lamaison conquistou o 1º lugar da fase local. O 2º lugar ficou para a música Sem Tempo, com a interpretação de Emerson Martins. Encontro de Gerações, com Adair de Freitas, conquistou o 3º lugar, além de levar o troféu de Música Mais Popular, eleita pela imprensa.
Na sexta noite de festival, 29 de julho, quinta-feira, ocorreu a 26ª Coxilha Piá. Na categoria Piá Taludo, o 1º lugar ficou para Lucas do Couto Sobreira com Canto ao Pastoreio. Vitória Alessandra dos Passos conquistou o 2º lugar com No Calor do Inverno. Deise Veiga alcançou o 3º lugar com No Livro do Próprio Tempo. Na Categoria Piá, o 1º lugar ficou para Eduarda Rosa, com À Sombra de Um Cinamomo. Nicole Carrion ficou com o segundo lugar com Reinfância. O Jeito é Cantar conquistou o 3º lugar na interpretação de Isabelle Jung Mottini. Larissa Campos Brito levou o prêmio de Melhor Indumentária e Germano Fogaça foi premiado o Melhor Intérprete. O Destaque Especial ficou para Marcela Nascimento Monteiro.
Na noite de 30 de julho, sexta-feira, foram apresentadas as músicas da fase geral. A coordenação do evento decidiu que não haveriam selecionadas naquela noite, sendo que seriam definidas na fase seguinte. Por ser a 30ª edição, todas as músicas apresentadas na fase geral já estavam garantidas no disco e classificadas para a finalíssima.
A última noite, sábado, foi a mais esperada de todas. O ginásio lotou, não havendo mais espaço nas arquibancadas, nem nas mesas. A comissão organizadora decidiu fechar as portas do ginásio municipal, para evitar desconforto e garantir a segurança da plateia.
Doze músicas da fase geral e três composições da fase local disputaram o título da edição número 30. A qualidade das músicas foi considerada de bom nível. O intérprete Pirisca Grecco usou da sensibilidade para vencer a finalíssima e acertou o alvo do público e dos jurados com uma flechada certeira. A música O Arco e a Flecha é a grande vencedora da 30ª Coxilha Nativista. A composição campeã tem letra de Carlos Omar Villela Gomes e música de Piero Ereno.
Para show de encerramento, César Oliveira e Rogério Melo ergueram o público na última noite do festival.
As premiações da 30ª Coxilha Nativista:
1º lugar: O Arco e a Flecha - Pirisca Grecco
2º lugar: Sem Tempo - Emerson Martins
3º lugar: Encontro de Gerações - Adair de Freitas
Música Mais Popular (eleita pela imprensa): Encontro de Gerações - Adair de Freitas
Melhor instrumentista: Texar Cabral
Melhor intérprete: Emerson Martins
Melhor indumentária: Adair de Freitas
Melhor conjunto vocal: Arco e Flecha
Melhor melodia: Sem Tempo
Melhor arranjo: Sonho Matreiro
Melhor letra: O Arco e Flecha
1º lugar fase local: Há Um Jeito de Ser do Sul - Fabiana Lamaison
2º lugar fase local: Menino da Rua - Tuny Brum
3º lugar fase local: Pra Repontar a Esperança – Vinícius Franco
Letra Vencedora:

O Arco e a Flecha

Poesia é flecha, a alma é um arco
Futuro é um alvo que a alma tem
Estamos todos no mesmo barco
Se ele naufraga vamos também

Poesia é flecha que se projeta
Pelas nações que de fome choram
A alma é um arco nas mãos do poeta
Caçando as feras que nos devoram
A flecha corta os confins do mundo
Sangrando as chagas que a fome fez
Povos inteiros já moribundos
Matando um sonho de cada vez

O arco fica mas manda a flecha
E mostra o rumo sem hesitar
A flecha é força que tudo pecha
Quanto é justiça cortando o ar

São arco e flecha sempre em vigília
Que essa miséria tem rosto e nome
Nos calcanhares dessas matilhas
Que se sustentam de sangue e fome

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